COBERTURA "CAFÉ DE CAMELO"

Esse papo de trabalhar em viagem exige alguns sacrifícios – como saudade das pessoas e gasto com telefone (se bem que 5 minutos no Skype custa 40 centavos, moleza). Mas nada mais difícil para mim do que mudar os hábitos alimentares.

No dia-a-dia no Brasil, jamais como pela manhã. Se vou dar aula na Univercidade, tomo um copo de água e vou. Se fico em casa, iogurte uns 60 minutos depois de acordado. No findi, aí rola aquele café da manhã com dona Encrenca, forrado com Sucrilhos e granola.

Mas aqui na China não dá muito para escolher a hora de comer. Entonces, o jeito é se entupir no café – incluindo comida quente. Vale a inteligência do camelo, que se entope de comida e põe o excedente na corcova – e vai gastando conforme a necessidade.

Saca só meu breakfast neste sábado: levedo de cerveja tostado (trouxe do Brasil, meu irmão ecólogo disse que é bom contra a poluição. Como de Biologia não entendo nem de mitocôndria ou

complexo de Golgi, comprei sem pestanejar), granola e Sucrilhos regado a coalhada, amendoim, prato quente (tomate à chinesa, batata e ovo mexido à beça), garrafa de suco de laranja e garrafa de chá verde chinês (delicioso, produzido pela Nestlé).

O Mac Esgoto do MPC (Centro de Imprensa) está dando todo dia um bônus. O de hoje era milho quente. Pensei em dar meu ticket pro Cauan, pois odeio o Mac. Fiquei de manhã no MPC, fui pro remo ao meio-dia, voltei 17h, inventei duas matérias extras do remo, emendei com geladão (off tube) de Brasil 2x1 Coréia do Norte. Quando fui ver, já eram 22h e nada de comida. O que rolou? Milho quente, lógico. São 23h40, vou comer outro milho quente e c`est fini. Amanhã de manhã o camelo toma café de novo.