Pequim: agora sim!

Nos primeiros dias de Jogos, as poucas competições estavam começando ao meio-dia. Fiquei debochando com a chefia que eu não queria meio expediente. Hoje fiz três eventos esportivos. E foi sensacional!

Comecei meu dia visitando o Cubo d’Água, belíssima construção dos pequineses para a natação. Tinha um brasileiro na semifinal (Rodrigo Castro), mas eu fui mesmo para fazer a carioca Gabriela Silva, que estava na final do 100m borboleta. Tocou “Ilariê” antes de ela entrar na água – detalhe: estava tão focado na prova dela, que nem percebi direito a semifinal anterior, que tinha o fenômeno Michael Phelps. Voei pra chegar na área de entrevistas (zona mista) e comecei a conversar com ela sozinho – de repente, um monte de microfones e greavadorezinhos se chegaram, eram os coleguinhas chegando “um ratito” atrasados.

Voltei pro Centro de Imprensa, bati minha matéria e fui pro vôlei feminino. Eu adoro o vôlei, torço muito para que o ouro olímpico chegue um dia, acompanhei triste as derrotas pra Cuba (Atlanta/96) e aquela contra Rússia em Atenas.

Mas hoje foi dia de festa. Fui repórter-torcedor, o estádio estava lindo, cheio, foi emocionante: 3x0 mole, 25-14, 25-14, 25-16. Quando dá um rally (bola custa a cair), aí o ritmo fica frenético, é uma gritaria emocionante!!!!

Saí correndo pra zona mista e por meio segundo tremi frente às meninas que tanto gosto de ver pela TV. Mas tenho que trabalhar, então gravadorzinho ligado, falei com geral: Waleska, Fabiana, Paula Pequeno, Fabi (fala bem pra burro), Fofão e Zé Roberto, simpaticíssimo.

Deu vontade de um pips, mas tinha que correr pro judô. Ônibus vôlei-MPC, corre pro Américo Fontenelle, MPC-judô. Cheguei no estádio e a vontade apertou. Mas fui conferir se a judoca ia falar. Oba, não ia, tinha outra luta! Mas tinha que passar uma nota para o pessoal do COB. E agora, mijar ou ligar? Resolvi fazer os dois juntos. Ao entrar no banheiro, a surpresa: um espanhol fazia a mesma coisa! Será que ele pode me processar por plágio? Essa nossa profissão é um stress…..

E aí aquela beleza, vitória da Ketlyn e do Leandro, aquela rotina legal de repórti: sai da tribuna de imprensa, voa pra zona mista, fala com ela, corre de volta pra tribunda, vibra com ele, volta pra zona mista pra entrevistá-lo, passa as notas pro COB…..

Tô daquele jeito: dieta do camelo pela manhã (enche a corcova de comida, sabe lá quando vai comer de novo….) e à tarde dieta do ecstasy (só água).

Mas muito feliz. Foi um dia e tanto – que venham outros, ó Pequim!